quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Algumas observações sobre o livro de Hebreus


Algumas observações sobre o  livro de Hebreus










O livro aos hebreus ou, carta aos hebreus é muito  complexo. O seu titulo grego, é mencionado em vários manuscritos antigos, '' Pros Ebraios'' ( Aos Hebreus ). Clemente de Alexandria ( por volta de 200 da E.C ) é citado na obra de Eusabio: Historia da igreja ( 324 da E.C ) como tendo declarado '' que a carta é de Pauloe que foi escrita aos hebreus na lingua do hebreus e traduzida ( para o grego ) por Lucas''. Porem não existe nenhuma prova de que Paulo tenha escrito a epistola ou de que ela fora escrito originalmente em ivrit ( hebraico ). Eusebio tambem cita Origines ( c. 280 da E.C ), que defendia a opnião de que as ideias eram de Sha'ul, porem não a autoria:

''...os pensamentos são dos emissarios; a linguagem e a composição, porém, são de alguém que guardou na memoria e, de algum modo tomou notas do que foi dito por seu mestre.''

    Alguns creem que a carta foi escrita na decada de 60 da E.C, pouco antes da destruição do templo ( se foi Sha'ul quem escreveu, não poderia ter sido mais tarde ). Outros a datam em qualquer ponto entre 70 a 100 da E.C. As referencias da carta aos cultos fazem alusão não ao templo, mas a antiga Tenda do Encontro ou  Tabernaculo.

Algumas observações


Um pouco adiante, temos em Hebreus 4.15: "Pois não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim alguém que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado". A última cláusula insere o verbo "foi" a fim de esclarecer a intenção óbvia da frase grega chōris hamartiās ("sem pecado"). A KJV omite esse verbo e traduz a frase assim: "mas sem pecado".
Ainda que o verbo seja omitido, o sentido básico permanece o mesmo; não é pecado ser tentado, mas torna-se transgressão a entrega à tentação. A consideração acrescentada por esse último versículo é o elemento de "simpatia", isto é, a capacidade de entender os sentimentos da pessoa tentada e sentir compaixão para com ela durante a crise. Se Cristo fosse totalmente imune às tentações de modo que não pudesse pecar, ainda que fosse o Filho de Deus, seria difícil averiguar como Ele poderia sentir simpatia pelos pecadores.


Como podemos conciliar "extremidade do seu bordão" (Hb 11.21) com "cabeceira da cama" (Gn 47.31)?

Hebreus 11.21 refere-se a Jacó moribundo, que "adorou a Deus apoiado na extremidade do seu bordão" e pronunciou sua bênção sobre José. Mas em Gênesis 47.31 lemos: "Israel curvou-se à cabeceira de sua cama (TM) ". Na verdade, o texto hebraico diz ‘al-rō’s hammiṭṭāh ("sobre a cabeça da cama"), o que talvez signifique que ele apoiou sua testa na cabeceira de sua cama. Mas isso é improvável à vista do que Jacó estivera fazendo, conversando com José, e pedindo-lhe que colocasse sua mão sob sua coxa enquanto o filho prometia que enterraria seu pai em Canaã, e não no Egito. Muito provavelmente Jacó estaria sentado na cama e inclinado sobre seu bordão. Acontece que a palavra para "cama" e a que significa "bordão" são grafadas em hebraico com as mesmas consoantes. Só os sinais vocálico (inventados em torno do século VIII d.C, ou antes talvez) fazem distinção entre essas duas palavras. Mas a LXX, traduzida no século III a.C, traz m-t-h como mattāh ("bordão"); foram os judeus massoretas medievais do século IX d.C. que decidiram tratar-se de mittāh ("cama"). Hebreus 11.21 segue a vocalização anterior e surge com a tradução muito mais plausível "no cabo do bordão", à semelhança da LXX e da Peshita. Com toda probabilidade essa é a tradução correta e a marcação massorética deveria ser alterada.


Cap 1.3 ( o poder dele, purificação )

É visto que pelos estudiosos e eruditos que o αὐτοῦ ou δι᾽ ἑαυτοῦ ( por meio de si mesmo ) tenha sido acrescentado para aumentar a força da voz média do particípio ποιησάμενος ( tendo feito ). É menos provável que qualquer dessas locuções tenha feito parte do texto original. Se essa hipótese fosse viável, a locução teria sido omitida em bons representantes dos tipos de texto alexandrino e ocidental.
 Caso se optar pela leitura que aparece como texto, o sentido é '' ele sustenta todas as coisas por sua palavra poderosa. Depois de ter feito a purificação dos pecados ...''Caso porem, as palavras  αὐτοῦ ou δι᾽ ἑαυτοῦ forem vistas como originais, elas se conectam com o que segue e o sentido passa a ser '' ele sustenta todas as coisas por sua palavra poderosa, depois de por meio de si mesmo ter feito a purificação dos pecados''. A diferença entre as duas leituras é mais um questão de ênfase do que significado.



Cap 2.9 χάριτι θεοῦ ( pela graça de Deus )

Os Pais da igreja , tanto do Ocidente como do Oriente, bem como alguns outros manuscritos gregos e versões antigas trazem a leitura mais difícil   χωρὶς θεοῦ ( sem Deus, separado de Deus). Alguns dos Pais interpretaram    χωρὶς θεοῦ no sentido de '' em sua natureza humana, com a exclusão da natureza divina''.
  A leitura   χωρὶς θεοῦ ter surgido por um erro de copista, ou seja, um copista pode ter feito confusão entre as palavras χάριτι e χωρὶς, escrevendo esta em lugar daquela. Porém é mais provável que tenha ocorrido o seguinte: Ao ler as palavras '' sujeitando todas as coisas debaixo de seus pés'', no v8, o copista lembrou as palavras de 1Co 15.27b: ''é claro que esta excluído aquele que tudo lhe subordinou ''. Assim, o copista escreveu a palavra χωρὶς na margem do v8, para explicar que aquele '' todas as coisas'' do v.8 não inclui ( χωρὶς ) Deus. Mas tarde, outro copista concluiu que a palavra χωρὶς, que aparecia a margem do manuscrito, era uma correção para a palavra χάριτι no texto do v.9 e assim a palavra χωρὶς acabou sendo introduzida no próprio texto. Por outro lado, χωρὶς θεοῦ pode ser uma alusão ás palavras de Jesus na cruz: '' Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?''
















Bibliografias: Ellingworth The Epitle to the Hebrews p 156
Textus receptus
Variantes do Novo Testamento
Bibleworks
Historia dos pais da igreja

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